Política
Presidenciais 2026
Pacote laboral. Filipe realça "mudança" no discurso do Chega, Ventura clama posição "coerente"
Este sábado foi a vez de António Filipe e André Ventura se sentarem frente a frente em mais um debate para as presidenciais transmitido pela RTP. O pacote laboral e a greve geral abriram o debate, com António Filipe a afirmar que a mudança de discurso de Ventura "só revela o grande sucesso da greve geral". O líder do Chega, por sua vez, garante que o seu partido "se manteve firme e coerente desde o início".
Questionado no início do debate sobre as suas declarações contraditórias relativamente ao pacote laboral e à greve geral, André Ventura garante que o “Chega se manteve firme e coerente desde o início”.
“Dissemos ao Governo que tínhamos que evitar uma greve geral”, disse, afirmando que foram “os primeiros a dizer que se queriam trabalhar numa lei laboral, tinham que mudar coisas fundamentais”.
“Para nós, ou o governo muda em algumas medidas, ou não aceitaremos esta lei laboral”, asseverou.
“Se eu mandasse não tínhamos chegado à greve geral. Eu tinha evitado que se chegasse a este ataque a quem trabalha”, acrescentou.
António Filipe, por sua vez, diz que “o facto de ter mudado de discurso, só revela o grande sucesso da greve geral”.
O candidato apoiado pelo PCP diz que quando o Governo apresentar esta proposta na Assembleia, “o votar será a prova do algodão para se perceber de que lado está” André Ventura.
O líder do Chega responde: “Se se mantiver como está, não é preciso esperar pelo teste de algodão. Votaremos contra”.
“Dissemos ao Governo que tínhamos que evitar uma greve geral”, disse, afirmando que foram “os primeiros a dizer que se queriam trabalhar numa lei laboral, tinham que mudar coisas fundamentais”.
“Para nós, ou o governo muda em algumas medidas, ou não aceitaremos esta lei laboral”, asseverou.
“Se eu mandasse não tínhamos chegado à greve geral. Eu tinha evitado que se chegasse a este ataque a quem trabalha”, acrescentou.
António Filipe, por sua vez, diz que “o facto de ter mudado de discurso, só revela o grande sucesso da greve geral”.
O candidato apoiado pelo PCP diz que quando o Governo apresentar esta proposta na Assembleia, “o votar será a prova do algodão para se perceber de que lado está” André Ventura.
O líder do Chega responde: “Se se mantiver como está, não é preciso esperar pelo teste de algodão. Votaremos contra”.
Ventura diz que “não devemos ter palas nos olhos” e reconhece que o pacote laboral tem boas medidas, destacando o alargamento da licença parental para 180 dias.
“Não podemos ter palas e querer um país como nos anos 70”, afirmou.
“Quem está contra este sistema sou eu, não é André Ventura”
António Filipe acusa o Chega de mostrar disponibilidade para, “se o Governo deixar cair uma coisa ou outra, poder aprovar as outras”. “Estou-lhe a dizer que não será assim”, garante, por sua vez, André Ventura.
“A grande diferença entre nós é esta: eu estou claramente do lado dos trabalhadores e o André Ventura está do lado dos grandes interesses económicos”, continuou o candidato apoiado pelo PCP, afirmando que André Ventura apenas de apresentou como candidato a Belém “porque Pedro Passos Coelho não quis”.
“Quem está contra este sistema sou eu, não é o candidato André Ventura”, rematou.
Às contas com o passado
André Ventura acusou o adversário de ter compactuado com medidas negativas do Governo da “Geringonça”, liderado pelo PS. O candidato apoiado pelo Chega assinalou que, na vigência desse executivo, houve subida dos preços da habitação, falta de segurança, descontrolo na imigração e as pensões ficaram na “miséria”.
“Eu nunca estive no Governo, os senhores estiveram”, apontou André Ventura.
Recusou um país “comunista” ou de “ditadura” e afirmou a defesa dos trabalhadores, pedindo a António Filipe “um exemplo” de um país comunista em que os salários sejam altos.
O candidato apoiado pelo PCP afirmou que não se candidata a estas eleições em representação do partido mas garantiu assumir tudo o que fez enquanto foi deputado, recordando em concreto quando votou contra a extinção do SEF.
Sobre o legado da Geringonça, considerou que os portugueses beneficiaram muito do afastamento de Pedro Passos Coelho do poder, recordando nomeadamente o regresso dos feriados suprimidos e o pagamento de subsídios que haviam sido suspensos, bem como a reposição em salários e pensões.
Vincou que o PS teve “apoio da direita” em muitas das medidas que aprovou, mas no essencial o Governo entre 2015 e 2019 conseguiu “reverter muitas malfeitorias”.
André Ventura respondeu que setor privado da saúde cresceu quando PCP apoiou o Governo, perante a “destruição” do SNS e também o voto do PCP ao lado da Lei da Nacionalidade do Partido Socialista.
Ameaças à democracia e ao regime
Os dois candidatos lançaram ainda avisos mútuos sobre o perigo para o regime e para a democracia que veem no respetivo adversário. António Filipe assinalou as “declarações antidemocráticas” do presidente do Chega quando defende alterações constitucionais.
O ex-deputado do PCP afirmou que o Chefe de Estado tem como função “fazer cumprir a Constituição” e que a revisão do documento é “matéria exclusiva do Parlamento”.
“Está a propor-se a um golpe de Estado inconstitucional”, especulou António Filipe.
André Ventura ripostou ao considerar que é o adversário quem representa uma ameaça à democracia, por defender “a saída do euro”, a “saída da NATO” e por ser “incapaz de condenar a invasão da Ucrânia”.
O candidato reiterou as afirmações que tem proferido sobre as mudanças constitucionais e falou, nomeadamente, da “castração química” de pedófilos e a prisão perpétua para “bandidos”.
Defendeu o direito de um Presidente da República “dizer que quer outra Constituição, democraticamente” e que são as posições do PCP que são “frontalmente contrárias aos nossos valores enquanto nação”.
Acusou o adversário que querer “uma economia no modelo albanês ou venezuelano” para Portugal.
Em resposta, António Filipe afirmou que Ventura “não tem seguido os debates” e que, tal como tem afirmado noutras ocasiões, não defenderia enquanto Presidente da República a saída de nenhuma organização.
Mostrou-se antes defensor de uma “voz própria” para Portugal nessas organizações a assinalou que o próximo Presidente da República deverá ter “sentido de Estado”, o que não se coaduna com os insultos ao presidente do Governo espanhol e ao presidente do Brasil que André Ventura já proferiu.
“Deixava só de ser uma vergonha nacional, era uma vergonha internacional”, afirmou António Filipe, com os portugueses no estrangeiro a serem alvo de “chacota”.
André Ventura lembrou a ida de Marcelo Rebelo de Sousa a Angola por ocasião dos 50 anos da independência do país, considerando que o país foi “humilhado” com o discurso do presidente angolano.
“Comigo, quem disser mal de Portugal vai ter de me enfrentar, vai ter de passar por cima de mim”, afiançou.
“Prefiro um bandido morto do que um polícia morto”
Questionado sobre o seu plano de dar poderes extraordinários às polícias para combater o crime e se pretende tornar Portugal um estado policial, André Ventura responde que quer “um Portugal com ordem e autoridade”.
“Prefiro um bandido morto do que um polícia morto”, reitera Ventura, afirmando que os “polícias têm medo de agir”. “Quando tiverem de usar a força, usem sem medo. Se forem eles para ser mortos, mais vale que o bandido morra. Prefiro o bandido morto do que um polícia morto”, declarou. “Comigo o bairro da Jamaica não se vai verificar”, garantiu.
António Filipe classificou as declarações do seu oponente como “muito graves”, destacando que o Presidente da República “não dá poderes a ninguém”.
“Não quero que os polícias matem. Quero um país onde todos vivam em segurança”, asseverou.
O candidato apoiado pelo PCP diz que Ventura se identifica com o ditador Nayib Bukele, presidente de El Salvador. Ventura responde que sim, que “El Salvador se tornou mais seguro do que a Suíça”.
“É preciso ter noção de para que é que serve o Presidente da República. Se não prende ninguém não serve para nada?”, questiona António Filipe. “Temos de dar um sinal”, atira Ventura.
“Não há liberdade sem segurança. Como dizia Benjamin Franklin, quem quer desistir de uma não merece a outra”, rematou António Filipe.
Questionado sobre o seu plano de dar poderes extraordinários às polícias para combater o crime e se pretende tornar Portugal um estado policial, André Ventura responde que quer “um Portugal com ordem e autoridade”.
“Prefiro um bandido morto do que um polícia morto”, reitera Ventura, afirmando que os “polícias têm medo de agir”. “Quando tiverem de usar a força, usem sem medo. Se forem eles para ser mortos, mais vale que o bandido morra. Prefiro o bandido morto do que um polícia morto”, declarou. “Comigo o bairro da Jamaica não se vai verificar”, garantiu.
António Filipe classificou as declarações do seu oponente como “muito graves”, destacando que o Presidente da República “não dá poderes a ninguém”.
“Não quero que os polícias matem. Quero um país onde todos vivam em segurança”, asseverou.
O candidato apoiado pelo PCP diz que Ventura se identifica com o ditador Nayib Bukele, presidente de El Salvador. Ventura responde que sim, que “El Salvador se tornou mais seguro do que a Suíça”.
“É preciso ter noção de para que é que serve o Presidente da República. Se não prende ninguém não serve para nada?”, questiona António Filipe. “Temos de dar um sinal”, atira Ventura.
“Não há liberdade sem segurança. Como dizia Benjamin Franklin, quem quer desistir de uma não merece a outra”, rematou António Filipe.